Sombras de Morfeu
Se de repente o sol caísse
Feito
um copo, estilhaçado aos teus pés
E
a lua para sempre resumisse
Em
sua luz, a força oculta das marés
Noturnos
homens caminhando
Como
sombras pelo chão dos hemisférios
A
Via Láctea no sem fim se navegando
Rio
alado rumo a um porto de mistérios
Ainda
assim te encontraria
Feito
um lobo farejando a sua presa
Pois
teu cheiro de mulher te denuncia
E
o teu olhar é uma chama sempre acesa
Se
de repente a vida fosse
Não
mais o infindo renascer dos dias
E
sim a noite sucedendo a noite
Escuras
praias sob o som das maresias
Cegos
vultos na escuridão
Buscando
a vida já ausente das retinas
Em
um sombrio tempo de ilusão
Silhuetas
negras que o luar não ilumina
Ainda
assim te encontraria
Feito
um lobo farejando a sua presa
Teu
amor tem essa luz de poesia
De
rio de estrelas rebentando mil represas
Martim
César
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