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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Há dor que mata a pessoa, sem dó nem piedade...porém não há dor que doa como a dor de uma saudade. Patativa do Assaré




Campeiro de Ilusões

As vestes gastas remendadas pelo tempo
De contratempos que herdou como legado
Corpo alquebrado pelos tombos da bebida
Na triste vida de mais um pobre coitado

Pelos botecos onde vive atrás de canha
Ou das baganas que um freguês deixa cair
Desfila causos que campeia na distância
Tempos de estância onde garante foi feliz!

É só mais um pobre campeiro... só mais um
E há tantos outros que deixaram seu lugar
Que descobriram que a cidade é uma ilusão
Mas já não tem nenhum lugar pra onde voltar

Lembra um galpão onde charlava a peonada
Roda sagrada pra quem sorve um chimarrão
Homens sofridos que trabalham o dia inteiro
Tão verdadeiros que jamais negam a mão

Lembra de domas, marcações, pega-de-potros
E que era outro nesse mundo que foi seu
Mas se entristece ao dizer que não entende
Por que um dia, de repente, disse adeus

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