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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Soy feliz... soy un hombre feliz y quiero que me perdonen por este día los muertos de mi felicidad. Sílvio Rodriguez

Disfarce

Morre a poesia...
Como haveria de sobreviver?
Em meio a carimbos e notas de expediente,
Calculadoras e prendedores de papel.
Envolta em artigos cotidianos,
Hierárquicas convenções.

Morre a poesia...
Como haveria de sobreviver?
Consumida por horários e legislações,
Normas e registros burocráticos.
Asfixiada por ruídos de impressão,
Estalos de máquinas copiadoras.

Morre a poesia...
Em uma folha amassada
Suicidada na lixeira do escritório.

Mas a poesia...
- a dissimulada e eterna poesia –
De uma gaveta entreaberta,
Desde um livro do Quintana,
Pisca o olho e me sorri.
Depois pede que guarde seu segredo,
E faz que morre novamente.

Martim César

Um comentário:

  1. Graças a esses "poetas loucos com alma de menino", a poesia nunca morre...e assim...pessoas comuns como eu podem embarcar "nas asas da ilusão por rotas imaginárias".
    Parabéns por mais esta iniciativa!!!

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