Pandora
Uma silhueta de mulher, bela e fugaz
Que a pupila abrange, dilata e acostuma
Tão clara no olhar, etérea como a bruma
Que só existe sem tocar e ao tocar-se se desfaz
Uma silhueta de mulher, tão leve como a pluma
Que de todos os desejos, me desperta o mais voraz
Inflamando os meus sentidos, tão serena como audaz
E que depois por livre, se desmancha como a espuma
Uma mulher igual a todas, qual se todas fossem uma
Com sua caixa de Pandora frente a todos os mortais
Aromada nas manhãs (que à luz da aurora se perfuma)
Uma mulher à flor da pele, com seus gestos sensuais
Uma mulher igual a todas - todas elas e nenhuma -
Me provando que hoje é sempre e amanhã
......................................................................... é nunca mais!
Martim César
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