Uma
guerra entre dois reis
De
uma carta de baralho estava suspensa a minha vida
Se
fosse um Às ou fosse um Rei eu gritaria que era sorte
Tudo,
no entanto, dependia de outra mão de fino corte
(E
eu ali dando o meu reino só por vencer essa partida)
Tirei
do maço um Rei de Espadas, majestoso pelo porte
E
vibrei comigo, pois nele eu vi uma batalha já vencida
Faltava
pouco! Mas o oponente retrucou-me a investida
Num
Rei de Bastos. Que foi basta à certeza da sua morte.
Eis
a guerra entre dois reis... ainda mais cresceu o drama.
Lanças
e escudos, e valetes a se medirem, frente a frente
(Obviamente,
de permeio, sempre as cores de uma dama)
Tapei
com Às. Ele com dez. Seguiu-se a luta, inclemente
Destapou
um três. Pensei: é mesmo a glória que me chama
Pobre
de mim! Azar, enfim...
pois destapei um dois somente!
Martim
César
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