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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Como se jogasse a vida...



Uma guerra entre dois reis

De uma carta de baralho estava suspensa a minha vida
Se fosse um Às ou fosse um Rei eu gritaria que era sorte
Tudo, no entanto, dependia de outra mão de fino corte
(E eu ali dando o meu reino só por vencer essa partida)

Tirei do maço um Rei de Espadas, majestoso pelo porte
E vibrei comigo, pois nele eu vi uma batalha já vencida
Faltava pouco! Mas o oponente retrucou-me a investida
Num Rei de Bastos. Que foi basta à certeza da sua morte.

Eis a guerra entre dois reis... ainda mais cresceu o drama.
Lanças e escudos, e valetes a se medirem, frente a frente
(Obviamente, de permeio, sempre as cores de uma dama)

Tapei com Às. Ele com dez. Seguiu-se a luta, inclemente
Destapou um três. Pensei: é mesmo a glória que me chama
Pobre de mim! Azar, enfim...
                                            pois destapei um dois somente!


Martim César

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