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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Onde um havia um lenço branco, brota um rubro de sol-pôr, se o lenço era colorado, o novo é da mesma cor. Aparício Silva Rillo

Dos dois lenços que há no céu


O sol é um lenço encarnado
Pintado no entardecer
Emoldurado num quadro
Que muitos olham sem ver

Mas ele sugere a história
Que forjou pampa e país
De um povo que na memória
Há de encontrar sua raiz

A lua é um lenço branco
Timbrado no céu azul
Talvez por um Deus chimango
Que se aquerenciou neste Sul

Ou talvez um Deus maragato
De lenço rubro na cor
Que às vezes se vê num retrato
Banhado à luz do sol-pôr

Já não estão aqueles homens
Honório, Flores, Saravia...
Mas não se apagam os nomes
Dos que semearam três pátrias

Por eles... somos cantores
Por eles... eu tiro o chapéu
A alma e o sangue nas cores 
Desses dois lenços... no céu!

Martim César


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