www.martimcesar.com.br

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A beleza histórica desta cidade foi feita à base da arquitetura branca, da mão-de-obra negra sobre um território índio. Mestiços somos. Martim César



Por trás dessas portas

Há mais que silêncio por trás dessas portas
Bem mais que fantasmas sussurrando ao vento
Cochichando nas noites – em suas horas mortas -
Que ainda seguem vivos, apesar do tempo

Foram tantos romances, tantos dramas mundanos
Que deixaram seus rastros no vão dos portais
Hoje, enfim, apagados; são só rostos humanos
Que no além dos retratos descansam em paz

Por trás dessas portas habita a saudade
Que às vezes invade o coração da gente
Mostrando que tudo passa tão de repente
Que somente das coisas é a eternidade

Rangendo se abrem nas horas silentes
Até parece que tentam despertar a cidade
Mas depois se calam pois, talvez, pressentem
Que por trás da madeira só restou saudade

Bem no cimo da igreja, vigiando as casas
Um relógio parado timbrou-se no tempo
De nada lhe importam os dias que passam
Seus ponteiros ficaram num outro momento

No alto pé direito, nos entalhes gravados
Há sinais de um passado que poucos percebem
Nas calçadas o mundo caminha apressado...
O futuro não espera e a vida... a vida é tão breve!
Martim César

Nenhum comentário:

Postar um comentário