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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Terra... dos que plantam sem colher, dos que colhem sem plantar... ah!pudesse tu escolheres, de quem ser... a quem se dar... Sylvio Genro









Memorial de Campo

Se foram nessas urgências
Que sempre traz a cidade
Aos olhos do homem do campo
Que ao ver essa claridade
Embora não entenda tanto
Se rende a esse falso encanto
De sonho e prosperidade

Despovoou-se a campanha
Como se, enfim, uma era
Chegasse ao fim da existência
Ficaram atrás... numa espera
Enchendo os pagos de ausência
Pelos ermos da querência
O triste olhar das taperas

Ontem se foi o Cataco
Não faz muito o Belarmino
É esse o duro destino
Dos corredores do pago

Lá do Bote o Dorvalício
Se foi um dia pra sempre
Dos filhos do seu Tocajo
Nenhum ficou pra semente

Se foram todos pra o povo
Buscar o quê? Não se sabe...
Restou atrás o abandono
Que o tempo chamou saudade.

Talvez na voz dos seus filhos
Hão de voltar mil tropeiros
Destaperando as distâncias...
Num 'ô de casa' estradeiro
Caseiros... peões de estância
Num cantochão de esperança
De volta aos pagos campeiros

E os gritos de volta tropa!
Venha-venha!... êra boiada!
Hão de se ouvir novamente
Desde o Cerrito até a Armada
Pra nunca mais minha gente
Ser raiz que de repente
Foi da sua terra arrancada!!!
Martim César

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