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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Para a amiga Eloísa Timm... uma mulher de fibra... e dessas necessita o mundo.




Diário de uma saudade

 

A mãe preparava o pão
Naquelas manhãs de antes
Enquanto o pai pelo rádio
Ouvia avisos distantes

A vida por sob a quincha
Corria sem muita pressa
Água fresca de cacimba 
largas vigílias na sesta

Embora em meio à pobreza
Nada faltava no rancho
Na frente a estrada infinda
Atrás os alheios campos

Cresci assim... pelas lonjuras
Vida de campo, lida e suor
Lume de velas na noite escura
Manhãs maduras de trigo e sol

Depois o tempo passou
- Estrada de uma só mão -
Calou-se o rádio do pai
A mãe já não fez mais pão

Hoje as horas são escassas
Nas urgências da cidade
E daquele rancho da infância
Só está de pé a saudade.


Martim César


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