Diário de uma saudade
A mãe preparava o pão
Naquelas
manhãs de antes
Enquanto
o pai pelo rádio
Ouvia
avisos distantes
A
vida por sob a quincha
Corria
sem muita pressa
Água
fresca de cacimba
largas vigílias na sesta
Embora
em meio à pobreza
Nada
faltava no rancho
Na
frente a estrada infinda
Atrás
os alheios campos
Cresci assim... pelas lonjuras
Vida
de campo, lida e suor
Lume
de velas na noite escura
Manhãs
maduras de trigo e sol
Depois
o tempo passou
-
Estrada de uma só mão -
Calou-se
o rádio do pai
A
mãe já não fez mais pão
Hoje
as horas são escassas
Nas
urgências da cidade
E
daquele rancho da infância
Só
está de pé a saudade.
Martim
César
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