Esquinas e porões
Eu carrego tantos fantasmas em mim
Que
às vezes penso que com eles vou voar
Igual
à planta arrancada da raiz
Que
vai na enchente, rio abaixo, até o mar
Em
velhas casas onde partes do que eu fui
Estão
dormindo em porões abandonados
Resiste
um tempo que a vida não dilui
Brinquedos
rotos, velhos quadros empoeirados...
E
às vezes me pergunto, meu amor...
Quanto
de mim já se cansou de tanto andar?
Quantos
pedaços já deixei pelo caminho?
Quanto
oceano ainda há por navegar?
Mas
não tenho respostas, meu amor...
Já
nem recordo como era antes meu olhar
Em
meio a tantos sigo às vezes tão sozinho
Se
me perdi de tanto em vão me procurar...
Buscando
algo que nem mesmo eu sei bem
Que
sempre está noutro lugar bem mais além...
Quem
sabe estejas me esperando atrás da esquina
E
sejas em mim o céu, enfim, que me redima???!
Martim
César
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