Tempos e
templos
Ó mãe...
Eu vi uma
criança carregando outra
E juro não
entendo tanta vida solta
É tanta
religião e tá faltando Deus
Ó mãe...
Imaginei a
vida um pouco diferente
A gente era,
enfim, igual a toda gente
A fome uma
palavra que o mundo esqueceu.
Ó mãe...
Me explica o que não cabe no meu pensamento
Pessoas mais
pessoas rezando nos templos
Mas fora, na
calçada, lavam suas mãos.
Ó mãe...
Eu sei que
talvez seja só um desvario
Mas já não me emocionam discursos vazios...
Que mostrem em seus atos se são mesmo cristãos
Ó mãe...
Não venham que é mais fácil seguir a corrente
Por algo o ser
humano tem na sua mente
A força de
escolher o destino a seguir.
Ó mãe...
Despertar não é o mesmo que estar desperto
Há tantos que não vêem de olhos abertos
Que pode somar
mais quem sabe dividir.
“Ó
mãe...
Eu vi uma criança carregando outra
E juro não
entendo tanta vida solta
É tanta
religião e tá faltando Deus”
Martim
César
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