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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O livro é uma extensão da memória e da imaginação. Jorge Luís Borges

Luz Andaluz

O Pampa delira nos versos de Borges
Onde o tempo circula e o que foi voltará
Artigas traído cavalga ao exílio
E o brilho de Halley se faz lua no olhar

A carreta que cruza uma estrada sem fim
Vê o primeiro avião navegando no céu
Um visionário constrói seu castelo no campo
E Neruda povoa de magia o papel

Quintana caminha pelas ruas de um porto
E o Guaíba eterniza mais um pôr-de-sol
Atahualpa professa seu silêncio profundo
Nos bares do mundo Elis Regina solta sua voz

Garibaldi descobre a coragem de Anita
E nas missões jesuítas bate um sino outra vez
Uma rádio anuncia que Gardel já partiu
Mas seu quadro sorri desde “un viejo almacen”

Luz andaluz
Estrela cadente brilhando pra sempre
Nas noites do sul

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