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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

El tiempo pasa, nos vamos poniendo viejos... yo el amor no lo reflejo como ayer.... Pablo Milanés



Relógios invisíveis

Se passa o tempo e nós nunca o vemos
E se cada dia ele passa mais veloz
E se ao passar nem sequer o percebemos
Que tempo ainda será que temos nós?

Se ontem a nossa casa era imensa
Ou nós é que éramos tão pequenos
Será, talvez, por que há uma diferença
Do tempo depois que, enfim, crescemos

As pessoas vão sumindo do meu bairro
As velhas fotos cada vez são mais antigas
Mas, então, onde ficarão tantos abraços
Ainda não dados e abertos na partida?

São relógios invisíveis como garras
Que, ás vezes, se revelam nos espelhos
Nas rugas... cicatrizes de navalhas
Que nos cortam, dia e noite, sem sabermos

São relógios invisíveis como flechas
Das quais nós jamais estamos salvos
As mãos do arqueiro nunca erram
Cedo ou tarde, afinal, chegam ao alvo

Se passa o tempo e nós só o pressentimos
Feito um rio a seguir correndo sempre
Se há um mar que somente intuímos
Que tempo ainda é que temos pela frente?

Não mais que ontem o futuro só existia
Num lugar que sempre estava muito além
Como foi, então, que chegamos a esse dia
Que, por ironia, é passado hoje também?


Martim César

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