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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O pago é a casa da infância... são os dias claros de voos rasos, mas de sonhos infinitos.



Para o que chamo de pago

O pago que eu trago em mim
Chegou-me desde a infância
Das velhas casas de estância
Ranchos de barro e capim
Nestes fundões do país
Onde aprendi a importância
De ver que só há distância
Pra quem perdeu sua raiz

O pago é um lugar sagrado
Que vive dentro da gente
Que ainda andando distante
Mesmo sem vê-lo, se sente
E está aqui no meu canto
Que não é igual a nenhum
Mas parecido a esses tantos
De identidade comum!

O pago que eu trago em mim
É o sangue dos ancestrais
É o tempo que em mim se faz
Desde o princípio até o fim
Tendo uma vida por meio...
É o avô dizendo ao meu pai
Que não descobre aonde vai
Quem não sabe de onde veio!

O pago é a casa paterna
Que eu deixei algum dia...
A mãe chamando pra dentro
Cuidando os passos da cria
É a terra onde eu ficarei
Envolto, enfim, para sempre
Pra ser não mais do que um nome
E, talvez, de um povo... semente!




Martim César

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