Décimas
da raiz pampeana
I
Venho
do fundo do tempo
Abrindo
trilhas na história
Madeira,
seiva e memória
Que
brotam livres no vento
Eu
sou esteio, sustento III
De
pago, pampa e país Não quero pena, nem glória
Eu
sou a ancestral raiz Por tudo que sou e digo
Que
pulsa em cada semente Três raças cantam comigo
Eu
sou a própria vertente E atestam minha trajetória
Do
mundo que eu mesmo fiz Nas lutas demarcatórias
Junto
aos fortins de fronteira
II Eu
fui a voz das trincheiras
Eu
sou o verso que encerra No anteceder das batalhas
Da
minha estirpe, o sentido Fui copla de amor, fui mortalha
Guerreiro
ao fim preterido Dos gauchos
de
três bandeiras
Pelas
partilhas de guerra
Aos
outros tocou a terra IV
A
mim, o dom de cantor Não busquem meu nascimento
Mas
sei que tem mais valor Rastreando antigos papéis
Quem
canta suas verdades Meu berço está nos quartéis
Com
as rédeas da liberdade De um tempo já sem idade
De
não ter lei, nem senhor Mangrulhos de imensidade
Vigiando
os quatro horizontes
V No
longe, o verde dos montes
Por
isso não canto em vão No perto, as lagoas calmas
Nem
sigo a falsas estrelas Em cima, o lume da Dalva
Há
tanta gente que ao vê-las Prateando a água das fontes
Renega
o seu próprio chão
Mais
vale essa comunhão
Entre
o caminho e o andante
Que
nesse andejar constante
Descobre
ao mirar o mundo
Que
o rio quanto mais profundo
Mais
tempo terá por diante
Martim César
Parabens, quintaninha jaguarense, por mais esta conquista.
ResponderExcluirHaja armário para guardar tantos troféus...
Sem esquecer nosso grande amigo Marco Aurélio, que tem parte importante nesse feito.