Caminho sem volta
Quando
ele partiu do seu lugarejo,
Tinha
o grande sonho de vencer na vida...
Levava
a esperança nos braços de moço,
Deixava
o seu mundo nessa despedida.
Levava
nos bolsos, além de uns trocados,
O
rosto da amada na fotografia...
Deixava
um adeus num beijo salgado
E
a jura sagrada de que voltaria.
Mas
na grande cidade a vida é difícil...
Não
sorri a fortuna para qualquer um!
O
dinheiro acaba, não há onde morar,
Restam
as favelas ou lugar nenhum.
Conheceu
o inferno mas sobreviveu,
Pois
quem é esperto sempre se dá bem...
Conhecido
no morro, temido no asfalto,
Numa
arma o poder e, enfim, era alguém!
Pensava
em voltar mas não era tão fácil,
Quem
joga esse jogo não sai sem perder!
E
o caminho de volta se fez tão distante,
O
destino jogava as suas cartas também...
Quando
a polícia estourou o seu ponto,
Houve
algumas mortes, coisa tão normal...
Morreu
um traficante que era só um menino,
Tão
jovem ainda e já um marginal!
Tornou-se
famoso como sempre quis.
Seu
rosto estampado em todos os jornais...
Até
mesmo no diário do seu lugarejo,
Quem
viveu na guerra hoje dorme em paz!
Quase
ninguém viu no calor da tragédia
Que
ao lado do corpo uma passagem havia
E,
junto a ela, sorrindo, um rosto de menina
Manchado
de sangue na fotografia!!!
Martim César
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