Aquele carnaval
Aquele
carnaval
Passei
como Robinson Crusoé sem Sexta-Feira,
Como
o derradeiro ser de uma raça em extinção.
O
ruído distante dos tambores caindo dentro de mim
Como
fosse o rumor de um milenar
ritual
de sacrifício.
Pouco
sabia de ti. Nada sabias de mim.
E
eu teria dado todos os meus sorrisos tortos,
Todo
o meu repertório de pequenas alegrias,
Todos
os meus cuidados ainda adormecidos,
Tão
somente para que estivesses comigo.
Aquele
carnaval
Passei
como Adão antes de perder a costela,
Diante
de mim o paraíso e, no entanto,
tudo me faltava.
Depois
tudo passou. Como tudo sempre passa.
Naquele
carnaval eu, por fim, havia descoberto
que
não só as quartas-feiras
são de cinzas.
Martim
César
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