Terra
que te quero viva
A
chuva que escorre no solo
Já
não rega e carrega
O
chão que não gera
Para
o fundo dos rios
E
os rios assoreados
Transbordam
recados
Anunciando
a chegada
De
um tempo sombrio
Ao
redor das cidades
As
montanhas de lixo
Juntam
homens e bichos
Revirando
a miséria
Onde
vejo um menino
Perguntando
aos entulhos
Se
é este o futuro
Que
queremos pra terra
Terra,
de alma cansada
Morrendo
calada
Aos
olhos da fome
Terra,
senhora dos frutos
Pagando
os tributos
Da
ganância do homem...
Aos
olhos da fome!
Quem só pensa no agora
Mata
o chão com certeza
E
a sua pobre riqueza
É
que aperta o gatilho
Quem
só pensa nos lucros
Sem
olhar para o lado
Vai
deixar de legado
Um
deserto aos seus filhos
“Silêncio
na terra ao braço que berra
E
mata nos matos o verde da vida
Uma
trégua na guerra impiedosa que encerra
Em
suas mãos o amanhã de uma herança exaurida”
Martim
César
Nenhum comentário:
Postar um comentário