Avis rara
Um
bicho raro é o poeta... um fóssil vivo
Um
dinossauro a ser extinto no futuro
Cuja
ossada será exposta e – redivivo –
Dirão
ter sido um farol frente ao escuro
Mas
no presente é tão só um morto-vivo
Tido
por doido, sempre aéreo e obscuro
Quando
se mostra libertário é um nocivo
Quando
faz versos por amor é um imaturo
Feito
cigarra que não planta, nem produz
É
um grande inútil o poeta... um infeliz
Que
se crê (valha-me Deus!) um ser de luz
Vive
de sonhos... a voar... sem ter raiz...
Melhor
faria preso às varas de uma cruz
Posto
que nada acrescenta à balança do país!
Martim
César
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