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terça-feira, 9 de julho de 2013

O poeta é um caranguejo que escapou do balde...




Avis rara

Um bicho raro é o poeta... um fóssil vivo
Um dinossauro a ser extinto no futuro
Cuja ossada será exposta e – redivivo –
Dirão ter sido um farol frente ao escuro

Mas no presente é tão só um morto-vivo
Tido por doido, sempre aéreo e obscuro
Quando se mostra libertário é um nocivo
Quando faz versos por amor é um imaturo

Feito cigarra que não planta, nem produz
É um grande inútil o poeta... um infeliz
Que se crê (valha-me Deus!) um ser de luz

Vive de sonhos... a voar... sem ter raiz...
Melhor faria preso às varas de uma cruz
Posto que nada acrescenta à balança do país!



Martim César

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