www.martimcesar.com.br

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Se vem 'da', crase há... se vem 'de' crase pra quê?



A navalha do censor

Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo 
Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino
Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino
Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo

Porém era grave o tal acento, e bem mais grave seu motivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Se fosse agudo feito um dente, cortando a carne, incisivo
Não seria tão daninho, nem tão crucial ao meu destino
 
Porém um acento assim inverso, em uma avessa trajetória
Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase
Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história
 
Fazendo naufragar o meu poema - vejam só - que triste fase!
E era um poema que eu sonhei ver florescer, cheio de glória
Mas sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase!

Martim César

Nenhum comentário:

Postar um comentário