No cantar de Patativa
 Quando aluou-se Patativa do Assaré
Toda
a caatinga num repente ficou triste
 O
sertão, seu moço, que alegre nunca é
 Mas
que na fé e na canção sempre arresiste
 Todo
poeta popular traz por destino
 Desde
menino, cantar as coisas do seu chão
 É
ave livre... a alma inteira na garganta
 Que
se levanta contra as vozes da opressão
 Quando
chove lá nas bandas do Agreste
 A
terra se veste com a beleza de uma flor
 Mas
a chuva de hoje, seu moço, me parece
 Uma
lágrima a correr no olhar de um cantador
 Tua
palavra, Patativa, é como o sol ou o luar
 Alumiando
na cantiga, não morrerá nunca mais não
 O
teu verso é a voz do povo, é a semente que arresiste
 O
teu canto não é triste, nem alegre... é o sertão!     
 O
teu canto, Patativa, é como a vida deste chão
 O
teu canto, Patativa, é o sertão... é o sertão!
 
 



