A cruz que
deixa quem parte
Alumiando
o rancho silente
Espelha
no olhar dos velhos
A
luz da alegria ausente
Vai-se
a carreta de muda
Amanhã...
mal clareando o dia
Buscar
no povo o que o campo
Mermou
em safras vazias
Não
mais que ontem a esperança
Botava
pratos na mesa
Mas
veio a seca... e o descaso
Pousou
no rancho a tristeza
Atrás
restará a tapera
Feito
cruz num solo santo
Mostrando
aos olhos do mundo
Que
assim vai morrendo o campo.
No
olhar, a água do açude
Nuvens
de inverno, na mente
Atrás
estava o futuro
Mas
não chegou ao presente
Destino
de muitos outros
No
chão sem chão de uma vila
A
água há muito esperada
Só
vai chover nas retinas
Martim
César
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