Para um grito-passarinho de
Quintana
A palavra é uma ave na garganta
Abre asas e no céu se faz um grito
Um quadro... desespero que espanta
Que
diz tudo mesmo nada sendo dito
Qual
frase de ternura de Guevara
Qual
libelo de Sepé ao infinito
Resiste
na canção de Victor Jara
Num
poema de Neruda al Sur escrito
Feito
um basta na injustiça deste tempo
Feito
sonho (o meu sonho mais bonito!)
Onde
ninguém mais gritasse por lamento
Onde
o mal, já por ser mau, fosse proscrito
Quero
um grito, mas que seja de esperança
Um
de Quixote - o cavaleiro sonhador -
Ou
que viesse, tal e qual ao da criança
Ao
nascer... com toda a vida ainda em flor
Quero
um grito-passarinho de Quintana
Ou
do Pessoa... para além do Bojador
Que
sonhe a humanidade mais humana
Ou
o profano e livre grito... do amor!
Martim
César
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