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segunda-feira, 18 de março de 2013

Eles passarão... nós passarinho! Mário Quintana



Para um grito-passarinho de Quintana


A palavra é uma ave na garganta
Abre asas e no céu se faz um grito
Um quadro... desespero que espanta
Que diz tudo mesmo nada sendo dito

Qual frase de ternura de Guevara
Qual libelo de Sepé ao infinito
Resiste na canção de Victor Jara
Num poema de Neruda al Sur escrito

Feito um basta na injustiça deste tempo
Feito sonho (o meu sonho mais bonito!)
Onde ninguém mais gritasse por lamento
Onde o mal, já por ser mau, fosse proscrito

Quero um grito, mas que seja de esperança
Um de Quixote - o cavaleiro sonhador -
Ou que viesse, tal e qual ao da criança
Ao nascer... com toda a vida ainda em flor

Quero um grito-passarinho de Quintana
Ou do Pessoa... para além do Bojador
Que sonhe a humanidade mais humana
Ou o profano e livre grito... do amor!

Martim César

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