Delírio
Que
hoje me encontro sob as regras de outro plano
Onde só digo a verdade - na verdade -
quando minto
Onde o tempo não existe e a vida é um
grande engano
Um minotauro corre a esmo em seu infindo labirinto
Temeroso
de encontrar, outra vez, um ser humano
Há milênios não compreende seu destino
desumano
De
viver em um pesadelo e morrer por ser distinto
Fera
ou homem? Neste quadro em que eu me pinto
Pouco
importa. São tão iguais logo após cair o pano
E se eu sou ambos, toda a dor que imponho e sinto
É
duplicada pelo espelho, onde vejo um ser extinto
Quero
voltar à realidade, mas é tarde!... o cotidiano
É um vampiro confundido entre sangue e
vinho tinto.
Martim
César
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