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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Algo se dijo también de una esquina y un cuchillo. Los años no dejan ver el entrevero y el brillo. Jorge Luis Borges



Dois sangues do mesmo sangue

Se encontraram frente a frente
No entrevero da batalha
Um poncho aparou o golpe...
O outro se fez mortalha

Dois sangues do mesmo sangue
- irmãos em lados contrários -
E a morte ali de permeio
Marcando dia e horário

Desde o nascer que esperamos
O punhal, enfim, que nos mate?
Mas um final tão insano
Não há um pintor que retrate!

Um irmão matou o outro...
Quem foi Caim ou Abel?
Quem viveu, morreu bem mais
Mesmo ficando de pé

De um lado o General Neto
Do outro, Silva Tavares
Mas dos muitos que ali morreram
Seus nomes ninguém mais sabe

Se é diferente a bandeira...
Se o lenço não é igual...
A morte é que é sempre a mesma
No Arroio Grande ou Seival

Dois sangues do mesmo sangue
Sobre os campos da querência
Um escorrendo na terra
Outro manchando a consciência


Martim César

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