Dois
sangues
do mesmo sangue
Se
encontraram frente a frente
No
entrevero da batalha
Um
poncho aparou o golpe...
O
outro se fez mortalha
Dois
sangues do mesmo sangue
- irmãos em lados contrários -
E
a morte ali de permeio
Marcando
dia e horário
Desde
o nascer que esperamos
O
punhal, enfim, que nos mate?
Mas
um final tão insano
Não
há um pintor que retrate!
Um
irmão matou o outro...
Quem
foi Caim ou Abel?
Quem
viveu, morreu bem mais
Mesmo
ficando de pé
De
um lado o General Neto
Do
outro, Silva Tavares
Mas
dos muitos que ali morreram
Seus
nomes ninguém mais sabe
Se
é diferente a bandeira...
Se
o lenço não é igual...
A
morte é que é sempre a mesma
No
Arroio Grande ou Seival
Dois
sangues do mesmo sangue
Sobre
os campos da querência
Um
escorrendo na terra
Outro
manchando a consciência
Martim
César
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