Mirando um quadro de sol
Um quadro de sol
Na moldura da parede
Não pode matar a sede
De quem bebeu horizontes
Um rumor de fontes
Cantando ainda no ouvido
Faz galopar os sentidos
Mas não lhe traz liberdade
Detrás da opressão das grades
Na sina igual a de tantos
O campeiro sonha o campo
Sem ter nem mesmo a cidade
Não tinha terra e nem nome
Só a piazada e a pobreza...
E a diária luta da mesa
Servida em pratos de fome
Depois é a história de sempre
Pouco importaram motivos!
Sua adaga em alheios chibos
Não foi, por certo, inocente
E hoje, em meio às estâncias,
Resta um rancho abandonado
E os seus piás extraviados
Perdidos... pelas distâncias.
Martim César
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