Uma visita das buenas
Estava eu assim debalde
E um morto me apareceu
Dizendo que ‘agora é tarde
Só vim cobrar o que é meu!’
Logo eu que tenho medo
De tudo que é assombração
E um morto fazendo cena
Como querendo atenção
Pensei pra mim que era trote
- Brincadeira de mau gosto! -
Eu ali... bem vivo e forte
E me aparece esse encosto
Fui ao terreiro mais perto
Recorrer a um pai-de-santo
Que me disse: ‘fica esperto
Ou é mandinga ou quebranto!
Não é coisa de outro mundo..
Ou é... mas não perde a calma
Olha um espelho e eu te juro
Vais dar descanso a essa alma’
Por fim descobri o motivo...
O desfecho me surpreendeu:
O morto é que era o vivo
Quem estava morto era eu!
Martim César
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