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sexta-feira, 18 de março de 2011

Sai-me dos dedos a carícia sem causa,sai-me dos dedos...no vento,ao passar,a carícia que vaga sem destino nem fim,a carícia perdida,quem a recolherá?

Alfonsina Stormi






Flor de Irupê

A noite estrelada banhou a tua pele morena
E a noturna melena onde cavalgam segredos
À flor d’água navegas, tão distante e serena
Que minh’alma pequena, de tocar-te, tem medo

Suave flor dos remansos, aroma de vida
Tens em ti refletida toda a luz do luar
Tua lágrima clara fez-se estrela cadente
A cair para sempre dentro do meu olhar

Diz a lenda que, um dia, por amar tanto a lua
A querias tão tua que a buscavas... em vão
E que ao vê-la em um lago, banhando-se nua
Mergulhaste, e as duas são iguais desde então

Irupê, flor menina, em tuas águas, imerso
Te ofereço os meus versos, tão singelos assim
Mas que posso mais dar-te, se o meu universo
É estes sonhos dispersos de querer-te pra mim

Mais que o sol das manhãs revelando outro dia
A tua imagem irradia todo o lume que há
Já não temo do inverno, a sua noite mais fria
Teu olhar me anuncia que a primavera virá


Martim César

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