Dos dias que não vivemos
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Como me buscam hoje os dias que não vivemos
As horas que não tivemos e não teremos jamais
As tardes não compartidas às margens calmas do rio
Ou num lugar só pra dois, na areia diante do mar
Como me encontram hoje a voz de certas canções
O sol de antigos verões que ainda guardo no olhar
E o teu sorriso de aurora que insiste dentro de mim
Como se pudesse assim já nunca mais se apagar
Nunca te esqueças, meu amor, nunca te esqueças
Ainda que lembrares, muitas vezes já não possas
De um sol de inverno que ainda resiste nos poemas
E daquelas tardes que para sempre serão nossas
Nunca te esqueças, por favor, nunca te esqueças
Que fomos muito, e que feito crianças aprendemos
E que hoje só sentimos - já distante o nosso tempo -
A saudade dos dias, meu amor... que não vivemos!
Martim César
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