
O poeta e a folha vazia
Mais vale o silêncio triste
De uma dolente melodia
Que esse duelo que existe:
Do poeta e a folha vazia
A alma busca a palavra
Enquanto o segundo escoa
Porém a mente é escrava
Da asa que já não voa
E não existe agonia breve
Na solidão dessa arena
Se o que falta a quem escreve
Não é o tinteiro ou a pena
Pois nessa guerra interior
Sem testemunha ou lamento
O homem esconde a dor
Que lhe devora por dentro
Em frente à folha vazia
(Como um cantor já sem voz)
Compreende - por ironia -
É ele o seu próprio algoz
A porta que leva à entrada
Jamais conduz à saída
Pois onde o rio serpenteava
Restou um deserto sem vida
A flecha outrora certeira
Não mais encontra o alvo
Se quem naufraga é o poema
Como o poeta ser salvo?
Martim César
Mais vale o silêncio triste
De uma dolente melodia
Que esse duelo que existe:
Do poeta e a folha vazia
A alma busca a palavra
Enquanto o segundo escoa
Porém a mente é escrava
Da asa que já não voa
E não existe agonia breve
Na solidão dessa arena
Se o que falta a quem escreve
Não é o tinteiro ou a pena
Pois nessa guerra interior
Sem testemunha ou lamento
O homem esconde a dor
Que lhe devora por dentro
Em frente à folha vazia
(Como um cantor já sem voz)
Compreende - por ironia -
É ele o seu próprio algoz
A porta que leva à entrada
Jamais conduz à saída
Pois onde o rio serpenteava
Restou um deserto sem vida
A flecha outrora certeira
Não mais encontra o alvo
Se quem naufraga é o poema
Como o poeta ser salvo?
Martim César
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