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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Es tan corto el amor y tan largo el olvido. Pablo Neruda

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Fica
Esse pouco de tempo que resta
Essas taças lembrando da festa
Que um dia já foi nosso amor

Levo
Essa chama de vida tão frágil
Os destroços velando o naufrágio
Depois que a tormenta passou

Fica
Pelos cantos minha juventude
A incerteza de fazer o que pude
Que é bem menos do que merecias

Levo
Teu sorriso mais além dos retratos
Essa peça em seu último ato
Sem aplausos na sala vazia

Fica
Tanto tempo de chão partilhado
Tanto plano pra ser conquistado
E que aos poucos deixamos pra trás

Levo
A memória dos antigos abraços
O apoio comum nos percalços
O olhar cúmplice em meio aos demais

Mas não fica
O sol da alegria que eu tinha
Se tua mão se agarrasse na minha
Que isso eu quero pra sempre comigo

Mas não levo
Tuas palavras falando de adeus
Pois prefiro lembrar que eram meus
Teu olhar, tua voz, teu abrigo...

Mas não fica
Essa chuva que inundou as retinas
Por que a vida ao passar nos ensina
Que o sol há de sempre voltar

Mas não levo
Nada mais do que alguma saudade
E a certeza que às vezes me invade
Que era amor e eu não soube cuidar

Martim César

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