www.martimcesar.com.br

sábado, 25 de setembro de 2010

Gota de orvalho na coroa dum lírio: jóia do tempo! Érico Veríssimo





As linhas do tempo

As mãos da tecelã forjam o tempo
A roca das manhãs em movimento
Na reta dessas lãs, rumos no vento
Província de São Pedro, o continente

Pedala nos atalhos da lembrança
No casario antigo de uma estância
A avó que embalou a minha infância
E um mundo que se foi já para sempre

Fia fiando a fiandeira nessa imagem
De Bibiana relembrando com saudade
O Capitão que nunca mais irá voltar

Roda rodando vai a roca enovelando
Os dias que são quadros de recuerdos
Que o tempo e o vento já não podem apagar

As mãos da tecelã ditam canções
Mulheres que se foram, gerações
Distintas vidas e as mesmas ilusões
Que seus homens não pereçam noutra guerra

Ficaram elas a alumiar noites escuras
Com suas linhas, seus teares, benzeduras
Com seus filhos, suas rocas, com suas juras
Para que os homens tenham paz sobre esta terra!


Martim César


Nenhum comentário:

Postar um comentário