O calendário
Quando
chegamos ao mundo
O
tempo não nos importa
É
só um distante futuro
Muito
além da nossa porta
Na
parede, o calendário
(Sem
ter pressa) nos espera
Pois
sabe o dia e o horário
Em
que parte a primavera
Depois
o sol sobre as casas
Enfim
à estrada convida
Já
é hora de abrir as asas
Para
a primeira partida
Assim,
por livres, corremos
Quase
sem tocar o chão
Enquanto
o tempo - sereno -
Esmaece
a luz do verão
Um
dia, sem mais porquê,
Ao
diminuir nosso passo
Começamos
a entender
Que
somos tempo e espaço
E
o calendário nos mostra
Que tudo aquilo que fomos
É
vida que não tem volta
Igual a folhas de outono
O
que adiantou tanta pressa?
Tanto
correr contra o tempo?
Se
toda a verdade é essa:
Só
o que existe é o momento!
Somos
peças - nada mais -
De
um ciclo que não é eterno
Chama
de um brilho fugaz
Que
sempre acaba no inverno
Martim
César
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