Uma
canção vale a vida
Não
sei, milonga, se a vida
Tem
o tempo que eu preciso
Pra
antes da despedida
Dizer
aquilo que eu sinto
Mas
mesmo assim eu pressinto
Que
nada nunca é em vão
Pois
mesmo a simples canção
Cantada
com sentimento
Trava
os relógios do tempo
Pra
eternizar a emoção
Eu
sei, milonga, e tu sabes
(talvez
por seres antiga)
Que
o que na alma não cabe
Se
faz poema e cantiga
E
aquilo que assim se diga
Será,
por certo, escutado.
É
um coração ofertado...
Pão
e vinho divididos
Que,
enfim, encontram sentido
E
voltam... multiplicados!
Uma
canção vale a vida
Milonga,
tu sabes bem
Jamais
escolhe guarida
Nem
solo que lhe convém
Se
dá sem mirar a quem
(E
nisso está o seu encanto!)
Enxuga
no olhar o pranto
Pra
no sorriso de um verso
Irmanar-se
ao universo
Pelo
milagre do canto.
Martim
César
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