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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Quando a indesejada das gentes chegar... Manuel Bandeira



Mais além do nosso cais


São quatro velas acesas
Rondando uma chama ausente
E um barco escuro e silente
Que se vai na correnteza

Só que essa humana viagem
Em uma estranha embarcação
Deixa a matéria no chão
E a alma busca outra margem

Todos sabemos, no fundo...
É sempre assim o ritual:
Nascer e morrer é igual
Em qualquer parte do mundo

É sempre assim o ritual
Entre a chegada e a partida
Noutro cais vai-se a vida
Ou, talvez, não... afinal!

Mas quem será o barqueiro?
Eu me pergunto em sua escolta
E porque jamais terá volta
Quem dele for passageiro?

Mas não me rendo ao jamais
Digo pra mim... em silêncio
Olho pra o céu e assim penso
Que há algo além deste cais!!!

Martim César

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