Terra que te quero viva
“Silêncio
na terra ao braço que berra
E
mata nos matos o verde da vida...
Uma
trégua na guerra impiedosa que encerra
Em
suas mãos o amanhã
de uma herança exaurida”
A
chuva que cai sobre o solo
Já
não rega e carrega
O
chão que não gera
Para
o fundo dos rios
E
os rios assoreados
Transbordam
recados
Anunciando
a chegada
De
um tempo sombrio
A
cobiça de alguns
Outorgou
latifúndios
Que
são cortes profundos
Sobre
a face da terra
Sesmarias
sem fim
Para
tão poucos donos
No
ultrajante abandono
Que
rodeia a miséria
Quem
só pensa no agora
Mata
o chão com certeza
E
a sua pobre riqueza
É
que aperta o gatilho
Quem
só pensa nos lucros
Sem
olhar para o lado
Vai
deixar de legado
Um
deserto aos seus filhos
Terra,
de alma cansada
Morrendo
calada
Aos
olhos da fome
Terra,
senhora dos frutos
Pagando
os tributos
Da
ganância do homem...
Aos
olhos da fome!
Martim César
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