Um
rio que navega nas sombras
Há
um rio que viaja em silêncio
E
que corre aqui dentro de nós
É
corrente que vai sem regresso
Sempre
em frente a buscar sua foz
Se
adivinha na tez dos espelhos
Quando
mostra sua face de algoz
Se
não o vemos – ele vai tão ligeiro
Se
o buscamos – ele vai mais veloz
Passam
sonhos que nascem e somem
Em
mil vidas nos dramas diários
Sob
as águas de um rio que tem fome
E
só não muda o seu eterno cenário
Rio
do tempo que a tudo consome
Entre
margens de datas e horários
Que
resumem a vida de um homem
Em
dois dias sobre um calendário
Há
um rio que navega nas sombras
E
que força nenhuma o detém
Nem
disfarce humano que esconda
Esse
Deus que não poupa ninguém
É
o destino que – impassível – nos ronda
Pois
já sabe o desfecho que vem
Vamos
todos seguindo em suas sombras
Para
um mar que já não está muito além...
Martim
César
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