Fábula para um anjo equivocado
Bem assim ... como se fosse por acaso
Eu
vi renascer um sentimento morto
O
navio outra vez deixando o porto
O
sol amanhecendo em pleno ocaso
Eu
que estava em outro tema absorto
Sobrevivendo
tão somente por descaso
De
repente, frente a mim, em voo raso
Vi
um cupido parecido a um anjo torto
Como
se fosse por acaso... bem assim...
Tal
qual um rio que brotasse do deserto
E
buscasse achar o mar, dentro de mim
Varou-me
o peito, por engano, o querubim
Talvez
por cego errou o alvo, embora perto
Mirou
em Abel e (o que fazer?) flechou Caim.
Martim
César
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