Um degrau antes do infinito
Apenas a um degrau para o infinito
A
um segundo tão só da eternidade
Neruda
disse ao povo:’Certo, eu fico
Não
é hora de descanso ou de vaidade
Ainda
que viver, enfim, seja um delito
E
custa, meu irmão, ter tanta idade!’
E se não disse, meu amor, fica por dito
Qual
o poeta que um dia não mentiu?
Mesmo
Bukowsky,
o maldito dos malditos
Estando
triste, só por pirraça nos sorriu
E entre álcool e cigarro, em seus ecritos
Pintou
o deserto e inventou seu próprio rio
É
um andarilho de estrelas quem escreve
Um
semeador de manhãs que sempre insiste
Mesmo
quando por sonhar treme de febre
E
esconde em um sorriso que está triste
Mas
total... o dom é eterno, a vida é breve
E
sem os moinhos os Quixotes não existem
Apenas
a um degrau da eternidade
Quando
o barqueiro já estendia a sua mão
Pessoa
disse ao mundo que a verdade
‘É
que viver não é preciso, meu irmão
E
um verso vale mais que a humanidade
Quando
a sereia nos entoa uma canção’
Martim
César
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