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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura. Charles Bukowski



Um degrau antes do infinito

Apenas a um degrau para o infinito
A um segundo tão só da eternidade
Neruda disse ao povo:’Certo, eu fico
Não é hora de descanso ou de vaidade
Ainda que viver, enfim, seja um delito
E custa, meu irmão, ter tanta idade!’

E se não disse, meu amor, fica por dito
Qual o poeta que um dia não mentiu?
Mesmo Bukowsky, o maldito dos malditos
Estando triste, só por pirraça nos sorriu 
E entre álcool e cigarro, em seus ecritos
Pintou o deserto e inventou seu próprio rio

É um andarilho de estrelas quem escreve
Um semeador de manhãs que sempre insiste
Mesmo quando por sonhar treme de febre
E esconde em um sorriso que está triste
Mas total... o dom é eterno, a vida é breve
E sem os moinhos os Quixotes não existem

Apenas a um degrau da eternidade
Quando o barqueiro já estendia a sua mão
Pessoa disse ao mundo que a verdade
É que viver não é preciso, meu irmão 
E um verso vale mais que a humanidade
Quando a sereia nos entoa uma canção’



Martim César

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