Recuerdos
de Santa Bárbara
Lá
no terreiro do fundo
Fiz
a minha cruz de sal
Que
desde que o mundo é mundo
Sempre
espantou temporal
Mas
desta vez não me iludo
Santinha,
não leve a mal!
Dona
Lola, benzedeira
Me
diz que se as nuvens negras
Correm
do mar para a terra
Larga
os bois e foge dela
Mas
se vão da terra pro mar
Pega
os bois e vai lavrar
Santa
Bárbara me salve
De
um tempo medonho assim
Antes
que o mundo se acabe
A
balde, diante de mim
E
o céu inteiro desabe
Num
aguaceiro sem fim
Nessas
horas de tormenta
Sempre
volto a ser piá
Lembrando
das corredeiras
Depois
do tempo escampar
Com
barcos de corticeira
Correndo
entre os quintais...
Santa
Bárbara... lembrança
Dos
meus avôs, dos meus pais
Retratos
que na distância
Hoje
estão longe demais...
Os
temporais da minha infância
Estes ventos não trazem mais
Martim
César
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