www.martimcesar.com.br

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Não gosto da arquitetura nova, porque a arquitetura nova não faz casas velhas. ... Mário Quintana




De casarões e senzalas


Do casario antigo resistindo ao tempo
Vem o sentimento que a alma pressente

Fantasmas que habitam seculares templos
Segredando ao vento sobre a vida ausente

Paredes que, do alto, vigiam a memória
Da era de glória das grandes Charqueadas
Apogeu de um ciclo, legado e trajetória
Rastros de uma história ainda inacabada

A alma ensimesmada de silêncios cala
E o vento se embala em canções de adeus
Em aboios de tropa, rumores de senzala
O tempo ainda fala pela voz de Deus

Do cimo dessas casas outro século vigia
Lembrando mourarias em artes d’além-mar
Por trás dessas janelas habita a nostalgia
Da vida que um dia se foi deste lugar

Por vezes um passante detido na calçada
Vislumbra na fachada, talvez, o seu segredo
Ficou nessas paredes de datas adornadas
A história eternizada da província de São Pedro

Martim César


P.S.: Minha homenagem ao Clube Jaguarense. Poesia e história
da cidade de Jaguarão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário