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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Dorme o tempo nos retratos... e desperta nos espelhos. Martim César





Os dois extremos de um laço

Um menino e um velho se encontram
Em alguma praça do mundo
Passado frente ao futuro
Em um breve e eterno abraço

O tempo detém seu passo
E em um instante se resume
Pois vê que neles se unem
Os dois extremos de um laço

Devagar cai uma lágrima
Na murcha face do velho
E é todo um mar de recuerdos
Brotando desde sua infância

Como esquecer a distância
Que hoje pesa em seus ombros
Se para tantos escombros
A alma já não lhe alcança?

O menino volta aos brinquedos
Sem entender que esse encontro
Jamais se dará de novo
Pois não há regresso no tempo...

Talvez quando fique velho
Um outro menino o abrace
Como se a vida brincasse
De ver-se inteira no espelho



Martim César

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