Os dois extremos de um laço
Um menino e um velho se
encontram
Em alguma praça do mundo
Passado frente ao futuro
Em um breve e eterno abraço
O tempo detém seu passo
E em um instante se resume
Pois vê que neles se unem
Os dois extremos de um laço
Devagar cai uma lágrima
Na murcha face do velho
E é todo um mar de
recuerdos
Brotando desde sua infância
Como esquecer a distância
Que hoje pesa em seus ombros
Se para tantos escombros
A alma já não lhe alcança?
O menino volta aos
brinquedos
Sem entender que esse
encontro
Jamais se dará de novo
Pois não há regresso no
tempo...
Talvez quando fique velho
Um outro menino o abrace
Como se a vida brincasse
De ver-se inteira no espelho
Martim César
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