Se
meus sapatos saírem por aí
Meus
sapatos se escaparam por aí
Talvez
buscando esses lugares
Onde
um dia eu vivi
Saíram
sem me consultar
Feito
quem vai pra não voltar
Sem
sequer no adeus se despedir
Mas,
meu amor, repare não
Pois
na verdade só estão
Talvez
demais sentimentais
Longe
de mim ficam assim
Flor
sem jardim, vazios demais
Sapatos
têm modos estranhos
Vários
tamanhos e só uma condição
Levarem
sempre tanta gente
De
lá pra cá, rumando em frente
Sem
nem saberem aonde vão
Mas,
meu amor, se meus sapatos
-
talvez assim, sem mais porquê -
Se
recordarem dos teus passos
E
chegarem um dia até você
Não
corra não, que só estão
Gastos
de poeira e abandono
Iguais
a um cão que não tem dono
Feito
sapatos... sem ter chão!
Martim
César
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