Viola em beira de rio
Eu vejo pela janela
Um céu de estrelas lá no
pesqueiro,
Feito um costeiro à espera
Da primavera que ainda não
veio.
A lua, sempre tão bela,
Segue em silêncio atrás
do luzeiro,
E eu, com saudades dela,
Cantei ausências o ano
inteiro!
Sigo tocando canções,
Olhando as águas que lá
se vão
Talvez pedindo passagem
Só deixo nas margens minha
solidão.
Uma canoa navega
A noite inteira em seu
passo lento,
Atada na corticeira,
Sair da beira é ilusão do
vento.
O rio que corre lá fora
Levou embora o amor primeiro
Um salso por ela chora
Ouvindo as mágoas de um
violeiro!
Martim César
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