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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Velho, menino, ninguém... tudo voltando a ser nada!



 

Da morte venho nascendo

Da morte venho nascendo
Cruzando a estrada do avesso
Feito quem vivesse o tempo
Desde o fim até o começo

E nessa estranha jornada
Caio do solo até o céu
A cabeça sob o sapato
Os pés calçando o chapéu

E se me chamam de louco
Por pensar viver assim
Eu sorrio e faço pouco
De quem faz pouco de mim

Da morte venho nascendo
Nadando contra a corrente
Como se pudesse o rio
Vir da foz até a nascente

Se ontem será meu futuro
Meu amanhã já passou
Então serei quem eu fui
Sabendo já quem eu sou

Velho, menino, ninguém
História escrita e apagada
Dentro do ventre e além
Tudo voltando a ser nada!



Martim César

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