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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Carpe Diem


Pelas fronteiras do tempo

Se sou um rio de águas mansas
Embora em meio a corredeiras
Por que me amargam as distâncias
Por que me doem as fronteiras?

Mesmo as fronteiras do tempo
O que eu serei e o que eu fui
Não mais que poeira no vento
Gota que no mar se dilui

Quem sabe por que o passado
Não passa, às vezes, pra sempre
E transmite, enfim, seu legado
Invadindo o chão do presente

Casarios antigos, ruas empedradas
Museus de Sacramento, seculares templos
Reduções jesuitas resistindo ao tempo
Pegadas de outras eras cruzando nossa alma

Por isso o sentimento que a imagem provoca
Do mundo que existiu num dia antes de nós
E se acaso silenciarmos ouviremos sua voz
Aproveitem este dia! Eis o tempo que nos toca!

Se a essas águas tão ligeiras
Ninguém pode deter jamais
Por que me agarro às ribeiras
Mesmo ainda distante do cais?

Talvez por que a cada passo
Um tanto de sonhos perdemos
Vai ficando a ilusão nos retratos
Vai seguindo o real nos espelhos

Porque somos carne e memória
- tendo uma vida por centro -
Vamos nos modificando por fora
Ainda que os mesmos por dentro.



Martim César

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