Por
ter a lua um motivo
Num
ranchito beira-chão
Perdido
numa lonjura
Se
escuta um triste acordeon
Que
parece cantar pra lua
E
ela - deusa xirúa -
Matreira
flor do meu pago
Se
achega pra esse agrado
Alumiando
toda a planura
Mas
quem será o paisano
Que
no acordeon se desvela
E
faz nascer primaveras
Das
invernias do canto?
Vertente
dos pirilampos
Que
nascem do instrumento
E
que galopam nos ventos
Enchendo
de luz os campos
Se
enamorou o paisanito!
-
Como dizer à sua amada? -
Só
a melodia é quem fala
Cruzando
as frestas do rancho
E
as dores desse quebranto
Se
estendem pelos varzedos
Como
a nomear em segredo
Aquela
a quem ama tanto
Cismando
assim me parece
Que
as velas dos pirilampos
São
lagrimitas de pranto
Que
caem dos olhos da lua
Quem
sabe pela amargura
De
não ser ela o motivo
Desses
dolentes rasguidos
Que
o acordeom perpetua.
Martim César
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