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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mérica, Mérica, Mérica....

 


Essas carroças do tempo

Cortavam largas distâncias
- quero lembrar como foi -
Por entre campos e estâncias
Na força bruta dos bois
Tempo antigo das charqueadas
Do sem fim das sesmarias
Quando nasceram as picadas
As vilas e as freguesias

Lá vinham elas das roças
Singrando léguas de tempo
Carroças de quatro rodas
De tranco pausado e lento
Retratos de uma história
Que não se apaga no vento

Ofício de muitas vidas
Que aqui deixaram seus rastros
Memórias quase esquecidas
Na marca funda dos cascos
Antiga sina imigrante
De cruzar terra e oceano
Os barcos... no mar distante!
As carroças... no chão pampeano!

Chegavam do Boqueirão
De São João da Reserva
Da Coxilha do Barão
Pelos caminhos de terra
E ainda hoje aí estão
Cruzando as ruas de pedra

São recuerdos de um passado
Que seguem vivos na gente
De um mundo quase olvidado
Mas que ainda chega ao presente
Por isso é que às vezes penso
Que sobre o altar das tuas rodas
Vais deixando em São Lourenço
Os rastros da própria história.


Martim César

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