Essas
carroças do tempo
Cortavam
largas distâncias
-
quero lembrar como foi -
Por
entre campos e estâncias
Na
força bruta dos bois
Tempo
antigo das charqueadas
Do
sem fim das sesmarias
Quando
nasceram as picadas
As
vilas e as freguesias
Lá
vinham elas das roças
Singrando
léguas de tempo
Carroças
de quatro rodas
De
tranco pausado e lento
Retratos
de uma história
Que
não se apaga no vento
Ofício
de muitas vidas
Que
aqui deixaram seus rastros
Memórias
quase esquecidas
Na
marca funda dos cascos
Antiga
sina imigrante
De
cruzar terra e oceano
Os
barcos... no mar distante!
As
carroças... no chão pampeano!
Chegavam
do Boqueirão
De
São João da Reserva
Da
Coxilha do Barão
Pelos
caminhos de terra
E
ainda hoje aí estão
Cruzando
as ruas de pedra
São
recuerdos de um passado
Que
seguem vivos na gente
De
um mundo quase olvidado
Mas
que ainda chega ao presente
Por
isso é que às vezes penso
Que
sobre o altar das tuas rodas
Vais
deixando em São Lourenço
Os
rastros da própria história.
Martim César
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