Olhar de pueblo
Cai a tarde sobre as coisas do lugar
Deixa brasas sobre o cerro e sombreia o casario
Segue ao largo o rio menino, a cumprir o seu destino
De eterno peregrino que jamais pode parar
A cidade dorme o seu sono interiorano
Recordando o lume antigo de outras luas
De antes mesmo do seu tempo...
Vai sonhando com jaguares e Charruas
Com guerreiros e índias nuas
Os primeiros habitantes destas matas e aguadas
A cidade dorme o seu sono centenário
Sob o olhar do campanário que embala os casarões
Vai sonhando com a pompa de outras eras
Com metais e com brazões
Com suas damas, seus barões
Seus senhores de escravos e charqueadas
Poucos sabem que a sua história é bem maior
Que essa que ficou nos livros
Ou nos tão pobres motivos dos nobres ricos de agora
Poucos sabem que a sua história é bem maior
E ainda vive nos arquivos
Quase mortos mas tão vivos
Da memória dos avós!
Seu silêncio tem a voz do cantar das lavadeiras
Ou de uma praça de carretas que já não existe mais
Seus rumores são aboios no corredor dos tropeiros
Ou o lamento dos barqueiros na fúria dos temporais
Suas sombras têm fantasmas que ainda guardam ruínas
De uma velha enfermaria, herança dos ancestrais
Que lembra um tempo de guerra
O sangue por sobre a terra
E o alto preço da paz.
A cidade dorme o seu sono quase eterno
Lembra as missas de domingo e suas moças na janela
Seu sotaque fronteiriço traz recuerdos de Castela
Seus portais e suas fachadas, seus adornos e arabescos
Sabe a Mouros na Ibéria e a princesas encantadas
A cidade dorme o seu sono provinciano
Seu futuro previsível independe dos profetas
Mas sua alma adolescente se revela todo dia
No pensar dos seus boêmios, seus cantores e poetas
E o seu povo verdadeiro
dorme num banco de praça.
Martim César
Cai a tarde sobre as coisas do lugar
Deixa brasas sobre o cerro e sombreia o casario
Segue ao largo o rio menino, a cumprir o seu destino
De eterno peregrino que jamais pode parar
A cidade dorme o seu sono interiorano
Recordando o lume antigo de outras luas
De antes mesmo do seu tempo...
Vai sonhando com jaguares e Charruas
Com guerreiros e índias nuas
Os primeiros habitantes destas matas e aguadas
A cidade dorme o seu sono centenário
Sob o olhar do campanário que embala os casarões
Vai sonhando com a pompa de outras eras
Com metais e com brazões
Com suas damas, seus barões
Seus senhores de escravos e charqueadas
Poucos sabem que a sua história é bem maior
Que essa que ficou nos livros
Ou nos tão pobres motivos dos nobres ricos de agora
Poucos sabem que a sua história é bem maior
E ainda vive nos arquivos
Quase mortos mas tão vivos
Da memória dos avós!
Seu silêncio tem a voz do cantar das lavadeiras
Ou de uma praça de carretas que já não existe mais
Seus rumores são aboios no corredor dos tropeiros
Ou o lamento dos barqueiros na fúria dos temporais
Suas sombras têm fantasmas que ainda guardam ruínas
De uma velha enfermaria, herança dos ancestrais
Que lembra um tempo de guerra
O sangue por sobre a terra
E o alto preço da paz.
A cidade dorme o seu sono quase eterno
Lembra as missas de domingo e suas moças na janela
Seu sotaque fronteiriço traz recuerdos de Castela
Seus portais e suas fachadas, seus adornos e arabescos
Sabe a Mouros na Ibéria e a princesas encantadas
A cidade dorme o seu sono provinciano
Seu futuro previsível independe dos profetas
Mas sua alma adolescente se revela todo dia
No pensar dos seus boêmios, seus cantores e poetas
E o seu povo verdadeiro
dorme num banco de praça.
Martim César
Nenhum comentário:
Postar um comentário