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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Canta a tua aldeia e serás universal. Tolstoi

Leandro Barrios

Baixada das lavadeiras

Rumo do centro pras vilas
Bem antes da Ponte Preta
Na rua detrás do asilo
No altar comum das piletas...

Enxugavam ali a pobreza
Entre o sabão e o suor
Lutando pra ter na mesa
O pão de um dia melhor

Bate-que-bate nas tábuas
Espumando os empedrados
Dos banhadais de arrabalde...
Em ti volto a ser menino
Pra enxugar meu destino
De ser cantor de saudades

Baixada das lavadeiras
Memória viva da infância
Hoje tuas vozes me chegam
Cruzando tempo e distância

Baixada das lavadeiras
Tuas águas já não estão
Se foram nas corredeiras
Da história de Jaguarão

No Cerro das Irmandades
Paisano, tire o chapéu
Pois ali mora a saudade
De quem já se foi pro céu

E logo embaixo, nas sangas
Na mormaceira ou no frio
Lavadeiras se arremangam
Nas águas que vão pro rio

Martim César

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